Ouça bem.

Não tem aquilo o bastante pra vida toda, ou vida suficiente para tanto aquilo, mas terá o raro privilégio, como poucos tiveram ou terão de conhecer o gosto do amor, sim terá, e será fantástico, único, não existiu felicidade maior, um recorte como nada que conhece.

Por outro lado, quando esquecer que é um privilégio e ordinarizar, pormenorizar, balancear e decidir convicta, urgente e orgulhosamente virar por um minuto de costas ele voará feito fumaça, pra outro lugar.

Aí então, apesar de muito jovem, até o fim da vida estará fadada a vagar pelos cantos, pelos ombros, pelos bares e pelos encontros, procurando algo que ao menos se pareça, nem que por um minuto, com aquilo, mas morrerá ímpar, pois o amor não haverá de voltar, estará em outro lugar, enfeitado com outros laços, se enroscando em outros abraços, realizando-se como o amor foi feito pra se realizar.

Quer mesmo assim?